Os iorubas adotam uma gama de cores e formas nos objetos sacros e rituais, bem como nos seus colares de contas e na vida cotidiana.
Nessa cultura as cores estão agrupadas por grupos de acordo com os temperamentos humanos.
A visão das cores evoca uma reação cognitiva assim como de sensações.
A cor para os iorubas faz com que a ação aconteça.
Pintar para os deuses significa explorar o simbolismo da cor conforme o temperamento e as características dos orixás.
As qualidades das cores com as quais se decoram as paredes dos oratórios e templos representam um meio afetivo de veneração e culto para os deuses ancestrais.
As cores empregadas tanto nos murais quanto nas figuras entalhadas, constituem uma forma de analisar e de interpretar outros objetos da arte africana.
Os iorubas classificam as cores em três grupos chamados de funfun, pupa e dudu.
Cada qual representa um temperamento e uma temperatura.
Funfun abrange a paleta dos brancos, pratas, cinzas claros e cromados.
Evoca frio e calma.
Essas cores estão associadas com a maturidade e a sabedoria.
Pupa abrange a paleta dos vermelhos, rosas, laranja e ocres.
Evoca calor e emoção.
Essas cores estão relacionadas com Ogum, o deus do ferro e por isso associadas com sangue, ferro em brasa, e com o calor das batalhas.
Dudu situa-se entre funfun e pupa , representando os temperamentos e temperaturas entre elas.
Inclui os tons escuros e cores frias em geral, abrangendo a paleta do preto, dos azuis, índigos, roxos, marrons escuros, verdes, vermelho-escuros e dos cinza escuros.
A combinação dessas cores também guarda uma variedade de significados.
Em resumo:
A. Funfun = branco = cores e temperamentos frios
B. Pupa = vermelho = cores e temperamentos inflamados
C. Dudu = preto = cores e temperamentos da terra.
Funfun, pupa e dudu estão ligadas à poderosa medicina curandeira e podem tanto sanar e proteger quanto atacar.
Como exemplo, o calor de pupa pode "queimar".
Na geologia ioruba usam-se os termos Bole Pupa para o solo argiloso de cor vermelha e Bole Funfun para o solo claro e arenoso.
(Drewal and Mason, p.18.)